sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O livro de Joel contém muitas promessas. A mais marcante é que Deus mantém-se ao lado de Sua terra e de Seu povo Israel.

O livro de Joel contém muitas promessas. A mais marcante é que Deus mantém-se ao lado de Sua terra e de Seu povo Israel. É um livro cheio de profecia – para Israel e para todos os povos. No livro do profeta Joel encontramos, inclusive, o Evangelho claro para nós hoje.
Em relação ao livro de Joel temos duas perguntas que devem ser formuladas de início para podermos ter uma visão panorâmica: onde nos encontramos cronologicamente? Qual era a situação reinante quando esse livro foi escrito?
O tempo de atuação de Joel não é mencionado, mas pelos paralelos históricos sabemos que ele exerceu seu ministério na Judéia por volta de 840-810 a.C. Portanto, ele é um dos mais antigos “profetas menores”. Se nosso ponto de partida são essas datas, então Joel profetizou durante o reinado de Joás. Lemos a respeito deste em 2 Reis 12.1-21 e 2 Crônicas 24.1-27. Vemos que Joás reinou 40 anos. Sob a liderança divina, por meio do sacerdote Joiada, o jovem Joás deu início a uma renovação espiritual entre seu povo. Seu interesse principal estava voltado para o Templo e os sacrifícios. Mas quando Joiada morreu, os príncipes de Judá convenceram Joás a reintroduzir a adoração a Baal. Na última fase de seu reinado, Joás afastou-se mais e mais de Deus.
Pouco se sabe a respeito do próprio Joel. Seu nome significa “Javé (Yahweh) é Deus” (Jo-El). Provavelmente ele vivia em Jerusalém. Seu pai se chamava Petuel, que significa “convicto por Deus” ou “simplicidade divina”. Seu tema é o vindouro “Dia do Senhor”, o grande dia do juízo, e as conseqüências desse evento. O “Dia do Senhor” acontecerá quando Jesus vier a esta terra visivelmente para estabelecer Seu reino milenar de paz.
O livro de Joel pode ser assim dividido:
Capítulo 1: a parte histórica; a praga de gafanhotos.
Capítulos 2-3: a parte profética; o exército de Javé.
Três coisas desempenham um papel importante no livro de Joel. Não as encontramos apenas neste livro profético, uma vez que se estendem por toda a Bíblia, perpassam a história secular e o Plano de Salvação, chegam até hoje e vão ainda além. Se quiser avaliar sua posição espiritual pessoal ou a de sua igreja, basta perguntar a si mesmo ou à sua igreja qual a postura em relação a estas três coisas:

1. Israel:

O livro de Joel foi escrito para o povo de Israel. O versículo 2 do capítulo 1 se dirige a “todos os habitantes da terra [de Israel]”.
Por que Israel é um assunto tão provocante, não apenas para a sociedade mas também para as igrejas e, talvez, para cada um de nós? Israel é o povo eleito por Deus. Lemos em Joel 2.17: “Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?”. Deus escolheu e elegeu para Si este povo de Israel, para servi-lO. A morada de Deus, a “Casa do Senhor”, é em Israel. Não é apenas o povo de Israel como um todo, mas uma cidade específica em Israel, Jerusalém, e, mais restritamente, o monte Sião que estão em questão nesse livro profético (Jl 2.32). O livro de Joel é encerrado com as palavras: “...porque o Senhor habitará em Sião” (Jl 4.21). Sião é o centro!
Para Deus sempre é importante não ficar apenas na superfície – Ele avança até o ponto central. Em sua vida, Deus não quer ser apenas um personagem coadjuvante; Ele quer ser o centro de toda a sua existência.

“Sião” é, para todo judeu, a mais elevada representação do que significa “pátria”. Por isso foi chamado de sionismo o movimento destinado a levar os judeus de todo o mundo de volta para Israel. O profeta Joel fala de sua terra pátria, de sua cidade natal – fala do lugar onde Deus se encontra com os homens: o Templo no monte Sião. No livro de Joel Deus é muito específico no que fala. Ele diz 14 vezes “meu povo”, “minha terra”, “meu santo monte Sião”. Em Joel 2.26 Deus chega a dizer que Seu povo jamais será envergonhado. Ele promete que Israel não deverá mais ser zombado ou escarnecido. Deus toma partido por Seu povo escolhido!

Existe um problema: muitos tentam descartar e substituir Israel. Em Joel 3.2-3 lemos: “Congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali entrarei em juízo contra elas por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre os povos, repartindo a minha terra entre si. Lançaram sortes sobre o meu povo, e deram meninos por meretrizes, e venderam meninas por vinho, que beberam”. Na Palavra de Deus está escrito muito claramente que foram as nações gentias que dispersaram Israel e o desprezaram. Infelizmente, uma ala da Igreja de Jesus, que segue a horrível Teologia da Substituição, faz parte das “nações gentias” que afirmam que a Igreja é o novo Israel. Não vêem mais a real posição de Israel. Mas o que Deus diz em Joel 3.2? Ele fala de “meu povo”, “minha herança”, “minha terra”! Lemos a palavra “meu” por três vezes! Isso não é a Igreja! Quem ensina que essas expressões se aplicam à Igreja de Jesus está com sua visão embaçada ou não consegue ler direito... sem dúvida, há muitos analfabetos teológicos! O povo de Israel tinha naquela época e tem ainda hoje um status único, pois foi e continua sendo o povo de Deus. Conceda a Israel a sua devida importância espiritual, bíblica e pessoal.

2. Profecia:

O conteúdo básico de Joel é a profecia. Cinqüenta dos seus 73 versículos são proféticos, ou seja, 68% do livro é profecia. Elas falam do “Dia do Senhor”, que é o tema central de Joel (cinco vezes é mencionado o “Dia do Senhor”: 1.15; 2.1; 2.11; 2.31; 3.14). Basicamente, o “Dia do Senhor” é um tempo em que o Senhor vai ao encontro do Seu povo com juízo ou bênção, ou com ambos ao mesmo tempo.
Se lemos a Bíblia e tentamos entender mais e mais o agir de Deus, precisamos nos distanciar do nosso pensamento ocidental e tentar captar a maneira judaica de raciocinar e de se comportar. Se não fizermos isso, não conseguiremos compreender muitas das coisas que as Escrituras dizem. Por exemplo, é importante levar em conta que o dia judaico começa à noitinha, com o pôr-do-sol. Portanto, primeiro vem um tempo de escuridão para depois raiar a luz.
Esse é um espelho exato da maneira com que Deus lidará com Seu povo: primeiro virá o juízo (a escuridão) e depois a bênção (a luz). Primeiro virá para Israel o tempo da Tribulação, e depois o Milênio. No final do tempo de tribulação haverá a grande e terrível batalha do Armagedom, descrita no Apocalipse (Ap 16.16). É justamente essa batalha que Joel, como profeta, antevê e prediz no capítulo 3.2,9-14. Ela culminará no vale da Decisão, como o chama Joel, que é o vale de Josafá. Josafá pode ser traduzido por “o Senhor/Javé faz justiça” ou “o Senhor/Javé julgará”. Essa batalha é mais uma luta contra Israel, mas uma luta sem igual. Não pode ser equiparada nem com a luta do início da Tribulação, quando o rei vindo do Norte (Ez 38-39) se levantará contra Israel. No final dessa grande batalha Jesus, o Cordeiro, julgará a partir de Sião e colocará um ponto final no conflito. É disso que fala Joel 3.14,17: “Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o Dia do Senhor está perto, no vale da Decisão. Sabereis, assim, que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela”.
Como todos os outros profetas, Joel viu apenas alguns fatos relevantes do futuro. Por essa razão, muitos eventos distantes não são mencionados no livro de Joel. Mas quando pesquisamos em outros livros da Palavra de Deus, adquirimos uma visão panorâmica geral e exata do decorrer específico da profecia. Ao estudar as profecias, é importante reconhecer sempre do que o profeta está falando, a que ele está se referindo, a qual acontecimento ele está aludindo. Os profetas nem sempre relatam suas visões proféticas de forma cronológica e completa.

O “Dia do Senhor” não é o “Dia de Jesus Cristo” (Arrebatamento), igualmente mencionado na Bíblia. O “Dia do Senhor” diz respeito à volta visível de Cristo, quando Seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras (Zc 14.4). Isso é muito importante para encaixá-lo corretamente na profecia bíblica. Também é importante saber sempre em que época nos encontramos dentro da cronologia profética da Bíblia. A profecia nos ajuda a reconhecer o quanto estamos próximos de eventos bíblicos como o Arrebatamento, das dores de parto dos tempos finais, etc. Exatamente isso torna a Bíblia tão atual! Muitos crentes dizem: “Não exagerem tanto com a profecia bíblica. O que importa é que Jesus nos ama!” Mas a Bíblia é 30% profecia, ou seja, 1/3 da Palavra de Deus é profecia! O que fazem os cristãos quando chegam a 2 Pedro 1.19, que diz: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração”? Talvez leiam os versículo 18 e 20 mas, na hora de ler o versículo 19, têm problema de falta de foco em sua visão. Onde encontramos a verdadeira profecia? Somente na Palavra de Deus, na Bíblia! Por essa razão deveríamos ser muito precavidos em relação a tantos profetas auto-proclamados e a profecias particulares. Para ter esse discernimento, é necessário que conheçamos muito bem a Palavra de Deus, a Sagrada Escritura.
Atente à palavra profética! Seja vigilante e reconheça o tempo em que vivemos!

3. Palavra de Deus (Evangelho):

Podemos crer que o pai de Joel ensinou-lhe a devida reverência à Palavra de Deus. Seu nome lembra disso, pois Petuel significa “convicto de Deus”, “simplicidade divina”. Quando estamos convictos de alguma coisa, podemos transmiti-la de forma mais convincente, de todo o coração. Foi o que Joel fez em toda a sua simplicidade. Ele não diz: “Aqui tenho a palavra do Senhor e vou indicar o rumo para vocês”. Ele se inclui e fala de “nosso Deus” (Jl 1.16). Também dirige-se a pessoas individualmente: a sacerdotes, a anciãos, ao povo de Israel. E o profeta também tem uma mensagem para os povos gentios. Com isso vemos que a Palavra de Deus diz respeito a todos e se dirige a todos. A mensagem do livro também cabe dentro do Novo Testamento: o que o Evangelho diz, é dito igualmente pelo livro de Joel.
A Palavra de Deus, o Evangelho, nos conclama a quê?
A narrar: “Narrai isto a vossos filhos, e vossos filhos o façam a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração” (Jl 1.3). Nós, você e eu, temos a incumbência de ir e pregar o Evangelho às pessoas. No Salmo 96.3 está escrito: “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas”.
A despertar: “Ébrios, despertai-vos e chorai; uivai, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque está ele tirado da vossa boca” (Jl 1.5). Esse versículo é uma conclamação de despertamento vinda da parte de Deus para o povo de Israel, mas é válido para nós também. As pessoas precisam ser acordadas. Precisamos dizer-lhes que necessitam de Jesus. Um chamado ao despertamento não pode ser em tom baixo e suave. Certa vez entrei no quarto da minha filha porque era tarde e ela ainda estava escutando música. Aí vi que ela adormecera apesar da música. Ela nem ouviu quando a chamei. Tive de sacudir sua cama para que ela acordasse. A nós fica a pergunta: em que sentido precisamos ser despertados e acordados? Em que área da nossa vida a Palavra de Deus precisa nos sacudir outra vez?
A se converter: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.12-13). O capítulo 2 fala que devemos dar meia-volta. Converter-se não é um ato exterior como, por exemplo, rasgar as vestes. O renascimento somente acontece quando a meia-volta é de todo o coração. Por isso Joel repete duas vezes a sua conclamação. Novo nascimento não é apenas voltar-se para Deus exteriormente; a reviravolta precisa vir de dentro para fora. Não basta levantar a mão durante um culto evangelístico. Primeiro precisa haver uma decisão de coração, e então seguem-se os atos exteriores. É o que Joel diz em alto e bom som ao povo de Israel, e é o que precisamos hoje, você e eu: uma decisão de coração, uma meia-volta, um retorno ao Pai do céu. Então nosso rumo estará corrigido, e ele será em direção a Jesus Cristo. É o que vemos no capítulo 3.

Invocar o nome do Senhor: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo...” (Jl 2.32). Depois da meia-volta acontece a salvação pela invocação do nome de Jesus. Apenas quem O invoca é salvo. Por isso Paulo cita essa passagem: “Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.12-13). Em qualquer situação nesta semana, neste mês, neste ano, podemos ter certeza: Jesus está aqui, e com Ele está a salvação! Então poderemos experimentar o que o povo de Israel experimentou:
Mudança: “Eis que, naqueles dias e naquele tempo, em que mudarei a sorte de Judá e de Jerusalém...” (Jl 3.1). Justamente para o povo de Deus a transformação é tão importante. Israel voltará a florescer e a crescer: “Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, a figueira e a vide produzirão com vigor” (Jl 2.22). Isso pode e deve ser assim na sua e na minha vida: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).
Deus é o futuro de Israel e seu forte refúgio: “...o Senhor será o refúgio do seu povo e a fortaleza dos filhos de Israel” (Jl 3.16). E Ele quer ser essa segurança também para você: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10.28).
Deus habitará com Seu povo e Jerusalém será santa: “Sabereis, assim, que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela” (Jl 3.17). Exatamente assim Ele habita entre nós (1 Co 6.19) e nós também somos santos (Cl 3.12).
O Senhor habitará e ficará para sempre em Sião: “...o Senhor habitará em Sião” (Jl 3.21). Da mesma forma Ele estará para sempre conosco, até o fim dos dias: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).
Diariamente podem acontecer transformações na sua e na minha vida – confiemos que Deus tem o poder de executá-las! A Palavra de Deus é a base de tudo na vida. Você pode se apoiar nela completamente!
Joel é um livro cheio de promessas: 1. Que Deus está do lado de Sua terra e do Seu povo Israel. 2. É cheio de profecia – para Israel e para todos os povos. 3. Contém até mesmo o claro Evangelho para nós hoje.

O Senhor está acima de tudo, e por isso o nome de Joel significa que o Senhor é Deus acima de tudo! Deus também é o Senhor da sua vida? Se Ele for seu soberano, então você pode enfrentar o futuro confiadamente!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"ser cheio do Espírito Santo é um assunto vago e místico. "Não admira que os cristãos sejam confusos quanto a esse assunto.






Para muitos, ser cheio do Espírito Santo é um assunto vago e místico. Não há uma ideia clara e definida na mente das pessoas em relação a isso, além do fato de haver muitos ensinamentos errados sobre esse ministério do Espírito. Não admira que os cristãos sejam confusos quanto a esse assunto.
Em primeiro lugar, ser cheio do Espírito deve ser diferente de Seus outros ministérios:
A habitação. Isso significa que a Terceira Pessoa da Trindade mora, literalmente, no corpo de cada crente. Nosso corpo é o templo do Espírito.
O batismo. O batismo é o ministério do Espírito que coloca uma pessoa no corpo de Cristo no momento em que ela crê. A partir de então, ela se torna membro da Igreja Universal.
O selo. Um selo é uma marca de posse e segurança. Deus Espírito marca o crente como sinal de que pertence ao Senhor e está seguro por Ele.
O penhor. Isso significa um sinal ou garantia. Alguns o comparam com a aliança de noivado. Tão certo como a pessoa possui o Espírito, ela também receberá, um dia, a herança por completo.
A unção. No Antigo Testamento, reis e sacerdotes eram ungidos com óleo em um rito inaugural. Da mesma forma, o Espírito nos unge como sacerdotes reais. A unção possui um significado adicional em 1 João 2.27. O ministério de ensino do Espírito nos permite distinguir a verdade do erro.
Todos esses ministérios do Espírito acontecem no momento em que uma pessoa é salva. Eles são automáticos. Não exigem qualquer cooperação por parte do novo crente. Não há condições a serem satisfeitas. São experiências definitivas.
Ser cheio do Espírito é diferente. Na verdade, no Novo Testamento, há duas formas de sermos cheios.
Primeiro, um crente pode ser cheio do Espírito soberanamente para alguma obra especial. Assim, lemos que João Batista foi cheio do Espírito Santo no ventre de sua mãe (Lc 1.15b). Dessa maneira, Deus o preparou para ser o precursor do Messias. É possível que essa palavra tenha sido usada nesse sentido na maioria das ocorrências no livro de Atos. Foi assim que os discípulos foram cheios do Espírito Santo como preparação para a vinda dEle no Pentecoste (At 2.4). Pedro foi cheio do Espírito, pois precisava ser equipado a fim de ser convincente na transmissão da mensagem às autoridades e aos cidadãos comuns (At 4.8). Pedro e João foram cheios a fim de proclamar a Palavra de Deus com intrepidez (At 4.31). Saulo foi cheio do Espírito para pregar de Cristo em Damasco (At 9.17,22). Depois, ele foi novamente cheio para denunciar Elimas, o mágico (At 13.9). Pelo menos algumas dessas ocasiões em que as pessoas foram cheias do Espírito foram temporárias e não houve exigências a serem satisfeitas para que isso ocorresse.
Segundo, há uma forma de sermos cheios do Espírito para a qual há condições. É isso que encontramos em Efésios 5.18. Não é algo pelo qual você ora, mas uma ordem à qual obedece. É claro na língua original do Novo Testamento que o significado desse versículo é: “Sejais continuamente cheios”. Trata-se de um processo contínuo, não de uma realização. Não é uma experiência emocional, mas uma vida de santidade constante.
Paulo escreveu: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Por que ele mencionou algo tão ruim quanto a embriaguez juntamente com o nosso dever de sermos cheios do Espírito? Provavelmente porque há algumas semelhanças e diferenças evidentes entre as duas coisas. Primeiro, as semelhanças. Em ambos os casos, a pessoa está sob um controle externo. Na embriaguez, ela está sob o controle da bebida alcoólica chamada, às vezes, de “espíritos”. Ser cheio do Espírito significa que ela está sob o controle do Espírito Santo. Em ambos os casos, é possível saber quem a controla pela forma como anda: o bêbado cambaleia a esmo; a pessoa cheia do Espírito anda separada do pecado e do mundo. Em ambos os casos, é possível saber quem a controla pelo modo como fala: a fala do alcoólatra é enrolada e profana; a fala do crente é edificante e exalta a Cristo.
Também há duas diferenças. Quando se está embriagado, há perda do autocontrole; quando se está cheio do Espírito, não há perda do autocontrole. Quando se está embriagado, há uma menor resistência ao pecado; quando se está cheio do Espírito, a resistência é maior.
Lembrei-me das palavras perspicazes de James Stewart: “Se é pecado embriagar-se com vinho, é um pecado ainda maior não ser cheio do Espírito”.
Conforme mencionado, ser cheio do Espírito é a vida de santidade. Você a encontra sob diferentes aspectos nestas passagens:
  • É o caráter de um cidadão do reino (Mt 5.1-16);
  • É a vida permanente (Jo 15.1-17);
  • É a vida de amor (1 Co 13);
  • É a armadura do cristão (Ef 6.10-20);
  • É a vida do caráter cristão (2 Pe 1.5-11).
A seguir, algumas coisas essenciais a fazer para ser cheio do Espírito:
  • Confesse e abandone o pecado assim que tomar consciência dele (1 Jo 1.9; Pv 28.13);
  • Submeta-se ao controle do Senhor em todos os momentos (Rm 12.1-2);
  • Encha-se com a Palavra de Deus (Jo 17.17). Você não pode ser cheio do Espírito a menos que a Palavra de Cristo habite em você ricamente (Cl 3.16);
  • Passe bastante tempo em oração e adoração (Rm 8.26; 2 Co 3.18);
  • Mantenha-se perto da comunhão cristã, evitando envolver-se com questões do mundo (Hb 10.25; 2 Tm 2.4);
  • Ocupe-se para o Senhor (Ec 9.10);
  • Diga um sonoro “não” para os apetites ilícitos da carne (1 Co 9.27). Responda à tentação pecaminosa como um morto responderia (Rm 6.11). No momento de forte tentação, clame ao Senhor (Pv 18.10). Tome medidas rigorosas para evitar qualquer pecado (Mt 18.8). Fuja, não caia (2 Tm 2.22). Aquele que luta e foge sobrevive para lutar mais um dia.
  • Controle seus pensamentos (Pv 23.7; Fp 4.8);
  • Seja Cristocêntrico, não egocêntrico (Jo 16.14).
Agora faça o que tem de fazer, crendo que o Espírito está no controle.
Como é ser cheio do Espírito? A maior parte da vida provavelmente continuará sendo o habitual trabalho duro, rotineiro e secular. Às vezes, haverá picos. Porém, você perceberá que os mecanismos da vida se encaixam, que acontecem coisas incomuns. Você terá consciência de que o Senhor está operando em você e por seu intermédio. Sua vida reluzirá com o sobrenatural e, quando você tocar outras vidas, algo acontecerá para Deus.
Além disso, haverá poder (Lc 24.49; At 1.8), intrepidez (At 4.13,29,31), alegria (At 13.52), louvor (Lc 1.67-75; Ef 5.19-20) e submissão (Ef 5.21).
Um último aviso. A pessoa que é cheia do Espírito nunca diz que é. O ministério do Espírito é exaltar Cristo, não o crente. Vangloriar-se como se o tivesse alcançado é orgulho.

sábado, 14 de julho de 2012

"O mundo do tempo de Noé não sucumbiu por causa da poluição ambiental ou pelo aquecimento global, mas devido à maldade da humanidade, que havia renunciado a Deus."


Sabemos que não haverá mais um Dilúvio para submergir toda a terra (Gn 8.21-22; Gn 9.11,15). Isso, porém, não significa que não virá um juízo global no futuro. Haverá, sim, um outro “dilúvio”, um terrível apocalipse de alcance mundial.
No Novo Testamento encontramos referências ao tempo de Noé: Mateus 24.37-39, Lucas 3.36 e 17.26-27, Hebreus 11.7, 1 Pedro 3.20, 2 Pedro 2.15 e 3.5-7. Além dessas, existem menções extra-bíblicas desse acontecimento: “O Dilúvio mundial dos tempos de Noé encontra paralelos em mais de 40 culturas, que não dispunham da Bíblia”.


1. O mundo do tempo de Noé não sucumbiu por causa da poluição ambiental ou pelo aquecimento global, mas devido à maldade da humanidade, que havia renunciado a Deus. Os tempos finais também serão caracterizados pela rejeição a Deus por parte da maioria das pessoas.
2. As declarações sobre o fim dos tempos conectam diretamente o tempo de Noé (Dilúvio) com o tempo de Ló (Sodoma e Gomorra) (Lc 17.26-29; 2 Pe 2.4-9; comp. Jd 6-7). Não devemos perder de vista essa conexão.
3. Os dois eventos (Dilúvio e juízo de fogo) foram transcritos para a posteridade explicitamente como exemplos de alerta. Pedro enfatiza esse aspecto (2 Pe 2.6) e Judas também o faz (Jd 6-7). Isso significa que, nos tempos finais, teremos uma situação semelhante à daquela época. Os últimos tempos serão dominados por poderes espirituais como foram os tempos de Noé e Ló: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37).
4. Penso que tanto Noé como Ló não apontavam acusadoramente para sua geração nem sentiam satisfação ou desejo de vingança, mas comunicaram de forma convicta e amorosa a mensagem de Deus às pessoas ao seu redor, falando do juízo que se aproximava:
– Noé, seu nome significa “pregador da justiça” (2 Pe 2.5) e não “pregador da vingança”.
– Ló sentia-se “afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados”. Ele atormentava a sua alma justa. Implorava que seus contemporâneos se voltassem para Deus (2 Pe 2.7-8; Gn 19.14).

A Igreja de Jesus não se compraz com a impiedade, mas também não reage com dureza, com desamor ou ameaças, que têm sua origem em uma religiosidade impiedosa e legalista. A Igreja sofre, se atormenta, derrama lágrimas. Ela suporta dores e sente muito quando vê o mal acontecendo, e então suplica e intercede pela salvação dos perdidos – como fazia Ló (Gn 19.7-14).


5. O fato de o mundo de antes de Noé ser chamado de “o mundo daquele tempo” (2 Pe 3.5-7) significa que hoje nos encaminhamos para uma segunda terra e um segundo céu. Hoje nossa terra tem características diferentes das que tinha antes do Dilúvio.
Existe a terra de antes do Dilúvio (a primeira), a terra de depois do Dilúvio (a segunda, atual), e futuramente haverá um novo céu e uma nova terra (os terceiros). Conforme 2 Coríntios 12.2-4, o apóstolo Paulo foi arrebatado até o terceiro céu, ao paraíso. Por isso, falamos sempre, de forma automática, de três esferas celestiais: (1) o céu das nuvens; (2) o Universo, e (3) o céu onde Deus habita. Mas isso é obrigatoriamente assim? Talvez, ao referir-se ao terceiro céu, ao paraíso, Paulo estava simplesmente falando do terceiro céu na seqüência: (1) pré-diluviano, (2) pós-diluviano, e (3) futuro (o novo céu que nos espera).
O juízo por meio da água no princípio da história da humanidade é uma imagem do juízo futuro por meio do fogo no final da história da humanidade (2 Pe 3.5-7).


Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antigüidade” (Gn 6.1-4).
Aqui, os filhos de Deus, não são homens, mas anjos (veja Jó 1.6; Sl 29.1; Sl 89.7). Os homens (v.1) tiveram filhas – portanto, filhas humanas –, e a elas vieram os “filhos de Deus” (v.2). A diferença entre “filhos de Deus” e “filhas dos homens” é ressaltada claramente. Se a expressão “filhos de Deus” se referisse a homens, teria de estar escrito “filhos dos homens”, assim como o texto fala das “filhas dos homens”. Pessoas são chamadas de filhos dos homens (Sl 62.9). Por exemplo, Ezequiel e Daniel são chamados de “filho do homem” (Ez 2.1; Dn 8.17). O Senhor Jesus Cristo foi ambos: Filho de Deus, título que acentua Sua divindade, e Filho do Homem, que atesta sua vinda como homem através de Maria (Mt 8.20,29).
Judas também deixa evidente que a designação “filhos de Deus” não diz respeito a pessoas, mas a anjos caídos: “e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Jd 6; comp. 2 Pe 2.4-5; Jó 1.6; 1 Rs 22.19-23).
Em Gênesis 6.4 está escrito: “...naquele tempo havia gigantes (“nephilim”) na terra ...estes foram valentes, varões de renome, na antigüidade.” A palavra hebraica “nephilim”, traduzida por “gigantes” tem um significado bastante interessante: quer dizer gigantes, heróis, celebridades. Isso indica pessoas que têm influência, e a palavra deriva de uma raiz que significa “cair”. São os “caídos” que levam outros a cair; dominadores, controlados por demônios, que caem e levam outros consigo.
Observemos nosso mundo: grandes personalidades enganadas, celebridades seduzidas, no meio financeiro, nos negócios, na indústria do entretenimento e na política levam nossa sociedade à queda. E aos olhos de muitos desses “gigantes” os cristãos fiéis à Bíblia parecem representar um perigo maior que organizações criminosas.
A época de Noé era um tempo extraordinariamente marcado por domínio demoníaco. E no tempo de Noé também havia oposição veemente contra a ação do Espírito Santo. Tudo era tolerado, tudo era permitido, as mentes eram liberais e abertas para tudo, menos para o que vinha do Espírito Santo, que era rejeitado.


Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A era anterior ao Dilúvio foi caracterizada por uma marcante ação do Espírito Santo e menos por ordenanças da Lei. Foi uma era de extraordinária graça, da qual as pessoas abusaram impiedosamente. Elas resistiam ao Espírito Santo de Jesus, que já pregava àquele mundo através da pessoa e das palavras de Noé (1 Pe 3.18-20). E agora, em Gênesis 6.3, Deus está dizendo que, depois de 120 anos, a graça iria ser suspensa, retirando-se e dando lugar ao juízo.
Um cenário semelhante se repetirá logo antes do “dilúvio apocalíptico”. O Espírito Santo, que hoje ainda atua através da graça, conforme 2 Tessalonicenses 2.6-7 será retirado juntamente com a Igreja de Jesus antes do juízo, para que este se abata sobre a humanidade. Isso indica que esta era que antecede esse “dilúvio apocalíptico” se encerrará da mesma forma que a era anterior ao Dilúvio no passado. Arnold Fruchtenbaum explica: “Os dias de Noé são um tempo comparável aos dias que antecederão o Arrebatamento”.
A geração de Noé chegou a um ponto em que o mal e tudo o que era injusto e pecaminoso dominava o dia-a-dia como estilo de vida normal. Os valores haviam sido invertidos. O mal foi elevado à posição de bem, de útil, enquanto o bem, que o Espírito Santo queria produzir, passou a ser declarado como mal e era rejeitado. “Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra” (Gn 6.12; comp. v.5).
Diariamente observamos que nosso tempo é dominado por forças demoníacas (nos filmes, na religião, através da Nova Era, do esoterismo, da Teoria da Evolução, pelo surgimento de novos deuses...), e percebemos que o povo se volta contra a Palavra de Deus e se opõe à ação do Espírito Santo. O mal passa a ser encarado como perfeitamente bom e normal. Coisas que há poucas décadas ainda eram tabu ou rejeitadas por serem perversas estão onipresentes na cena cotidiana e completamente integradas na vida da sociedade. Elas já se tornaram tão comuns que aqueles que se manifestam contrários são condenados e considerados anormais.
Ao analisarmos o tempo de Noé, fica evidente que o pecado se avoluma até a corrupção total (Gn 6.5,12) e que existe um amadurecimento para juízo, quando a medida da iniqüidade estará cheia (Gn 15.16; 13.13; 18.20; Jd 7). Esse é o caso quando a lei de Deus não apenas é quebrada (no sentido de não ser obedecida), mas rompida completamente (rejeitada radicalmente e declarada nula).


Os exemplos a seguir são sintomáticos dessa tendência:
Na Igreja Luterana dos EUA decidiu-se no ano passado que o ministério pastoral poderá ser exercido por pessoas que vivem em relações homossexuais. Essa regulamentação deverá entrar em vigor em 2010. Uma pastora declarou a respeito: “Creio que fomos além do que Deus permite”. A ironia foi que uma tempestade derrubou a cruz da torre da igreja luterana central onde estava sendo tomada essa decisão.
Na Holanda existe uma banda chamada “Devil’s Blood” (“Sangue do Diabo”). Em seus shows os integrantes derramam 20 litros de sangue de porco no palco. Um deles declarou: “O sangue de animais é, para nós, a possibilidade de levar a morte até o palco e para nos tornarmos menos humanos. Um caminho para fazer desaparecer nossa própria identidade e nossa personalidade, para sermos espíritos...”.
Um grupo esotérico alemão chamado “Obreiros da Luz” é extremamente ocultista e busca o contato com o além para liberar energias ocultas. Os “obreiros” esperam “uma luz nova e consciente que adentrará esta existência pela primeira vez”. Essa luz traria paz e cura para o mundo e conduziria a humanidade “à mudança global, impulsionando-a no caminho de volta para a Unidade”. Um dissidente que abandonou essa seita, advertiu seriamente em seu site na internet a respeito do grupo: os auto-intitulados “obreiros da luz” são médiuns de “pretensos anjos, entes de luz ou irmãos de luz extra-terrenos”. Eles representam a porta de entrada ideal para forças ocultas.

Enquanto isso, pregações bíblicas e citações bíblicas são rejeitadas como absurdas, ridicularizadas e sujeitas a zombaria. As leis estão sendo distorcidas a ponto de se tornar cada vez mais fácil acusar o cristianismo decidido. Hoje chegamos ao ponto de quase precisarmos nos envergonhar ao apenas mencionarmos que Deus vai julgar os impuros e adúlteros (Hb 13.4). Quando proclamamos essas verdades atualmente, tornamo-nos ridículos aos olhos do mundo. Isso não cabe mais na nossa sociedade, pois é “antiquado”. Mas é justamente nisso que reconhecemos o quanto nosso tempo é igual ao tempo de Noé!


proximadamente 2.500 anos depois do Dilúvio veio o Salvador, a arca da salvação eterna. Aquele em cujo Espírito Noé agira (1 Pe 3.18-20) veio em carne e sangue. Mesmo estando o amor de Deus presente no mundo através da Pessoa de Jesus – a graça, o perdão, a misericórdia e justiça plenas –, o próprio Jesus já teve de anunciar o juízo do fim dos tempos. Ele usou o tempo de Noé e de Ló como exemplos do tempo antes de Sua volta: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17.26-30).
Algumas coisas chamam nossa atenção nessas palavras de Jesus:
1. A conexão estreita entre a história de Noé e a história de Ló. Portanto, os tempos finais são muito semelhantes tanto ao tempo de Noé como ao tempo de Ló.
2. A despreocupação das pessoas daquela época com as coisas espirituais. “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã; soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade...” (Ez 16.49). A vida social girava unicamente em torno das coisas da vida terrena. O centro era o bem-estar e o conforto de cada um. Em palavras de hoje, diríamos que as preocupações são o clima, a alimentação, vitaminas, saúde, dicas para viver bem, conselhos sobre finanças, etc. A preocupação daquela época eram as coisas seculares, não as celestiais; as temporais, não as eternas; as mundanas, não as espirituais.

A saúde, por exemplo, tem se tornado uma poderosa religião contemporânea. “O anseio por saúde tem adquirido cada vez mais os traços de uma religião. Essa é a opinião do médico e teólogo Manfred Lütz (de Colônia, na Alemanha). (...) Muitos ‘correm pelas florestas e comem grãos para acabar morrendo saudáveis’, afirmou Lutz durante uma palestra. Onde havia catedrais, erguem-se agora academias de ginástica. A religião da saúde seria a mais poderosa de todos os tempos e apresentaria marcas de totalitarismo. Lütz disse: ‘Enquanto se pode fazer qualquer brincadeira acerca de Jesus, não se pode fazê-lo quando o assunto é saúde’. Além disso, ela seria mais cara do que todas as outras religiões. (...) A mania da vida saudável já teria alcançado grande parte das igrejas, disse o autor de diversos best-sellers (...) ‘Enquanto no passado se jejuava para se privar do alimento, hoje se jejua para se chegar bem tarde, e bem saudável, ao céu’. A saúde seria um grande bem para os cristãos, mas ‘não o bem supremo’, segundo Lütz. Ao invés de viver prevenindo doenças, os cristãos deveriam gozar cada novo dia como um presente divino”.

Como são modernas as palavras de Jesus! Abri o jornal e selecionei alguns títulos da programação da TV. Essa lista demonstra o quanto são atuais as palavras de Jesus acerca dos tempos finais. Hoje estamos vivendo exatamente dentro daquilo que foi dito acerca dos tempos de Noé e de Ló. E ainda existe quem tenha a coragem de dizer que a Bíblia está ultrapassada! Fiquei impressionado com a quantidade de programas sobre preparo de receitas, alimentação saudável e saúde. A passagem bíblica que diz que as pessoas da época de Noé e Ló “compravam, vendiam, plantavam e edificavam” tem seu pleno cumprimento nos nossos dias – o que comprovei lendo os títulos dos programas oferecidos na área de finanças e comércio. Outra característica dos tempos passados que se repete hoje é a de que “casavam e davam-se em casamento”. Programas de namoro, casamentos, descasamentos, novos relacionamentos – a vida privada ocupa o centro das atenções. Mas isso não é tudo. A declaração de Jesus “casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que...”, dá o que pensar! Buscar um parceiro pela internet ou através de agências de casamento virou moda. “Por razões que não cabem aqui, parece que hoje ninguém mais conhece alguém na rotina da vida diária. Por isso, florescem as agências de namoro, de preferência protegidas pela anonimidade da internet”.


A maior parte do que acabamos de listar não é pecado. Mas quando Deus é excluído e quando a salvação em Jesus é rejeitada, quando o homem é movido apenas pelo que é temporal, então tudo isso passa a ser um sinal dos tempos finais.
“Deixe-nos em paz” foi a reação do povo daquela época, e é o que se ouve também hoje. “Deixem-me em paz com esse assunto de apocalipse”, “Vocês são muito catastrofistas!”, “Vocês só querem atrapalhar a minha vida”, “Vocês são fanáticos religiosos”, “Vocês são tão negativos, os desmancha-prazeres da sociedade”. Mas por que a taxa de suicídios e as tragédias aumentam tanto? Por que as clínicas psiquiátricas estão lotadas? Por que nunca houve tanta necessidade de remédios controlados como nos últimos anos? Por que a insatisfação, o medo e a insegurança pairam sobre nossa sociedade como uma névoa escura, uma vez que tudo seria tão bom sem Jesus?
3. Nas épocas de Noé e Ló vemos que não era a multidão que estava com a razão. A maioria de então estava errada, e a minoria (Noé e Ló) é que estava certa. No final, Deus terá razão, Sua Palavra será decisiva – não a opinião da maioria, que diz: “Mas todo mundo faz isso! Isso deve ser correto, já que todos o fazem! É o que a mídia diz...”.
Você sabe qual foi a última afirmação do Senhor Jesus antes de começar a falar do tempo de Noé? “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus; nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.35-37).
A Palavra de Deus é garantida e irrevogável. Mesmo que ninguém saiba o dia ou a hora, temos um ponto de referência na semelhança entre a nossa época e o tempo de Noé.


Nosso tempo está diante de um novo dilúvio, não de água mas o dilúvio do Apocalipse, dos juízos dos selos, das trombetas e dos flagelos. Então os céus e a terra serão novamente abalados (comp. Ap 16.20-21). E após esses juízos catastróficos, haverá um novo céu e uma nova terra, nos quais habita justiça (2 Pe 3.13; Ap 21).
O tempo de Noé e Ló mostra-nos que o Arrebatamento está próximo. Noé é chamado por Pedro de “pregador da justiça”, enquanto Ló é chamado apenas de “justo” (2 Pe 5.7). Essa diferença tem algum significado à luz da profecia?
Noé, o pregador da justiça, teve de passar pelo juízo, mas foi protegido em meio a ele. Essa é uma ilustração de Israel. Foi Israel quem proclamou a justiça em Jesus a nós (Rm 9.4-5).
Ló é chamado de “o justo”. Ele foi poupado do juízo, salvo antes da destruição. Representa figuradamente a Igreja. Tornamo-nos justos pela proclamação da justiça por Israel (simbolizado por Noé). Como Ló, porém, a Igreja vive no meio de um mundo cheio de injustiça, mas ela crê e será salva antes do juízo (2 Pe 2.7-9). Assim como Deus salvou o justo Ló, também pode livrar da provação todos os que O temem.
Ló foi salvo sendo tirado do lugar da tentação e da provação ao ser literalmente arrancado de Sodoma (Gn 19.16-17,22). Da mesma forma, a Igreja será salva do lugar da tentação, salva deste mundo, ao ser arrebatada antes do dilúvio apocalíptico. Pois, se apenas os injustos serão preservados para o dia do juízo, então obrigatoriamente os justos serão livrados de passar por esse dia (1 Ts 5.1-10).

Encontramo-nos diante do último dilúvio de juízos apocalípticos. O fogo do juízo divino virá. Somos como Noé, pregadores da justiça? Somos tementes a Deus como ele? Somos obedientes como ele era? Fazemos tudo o que podemos para transmitir à nossa geração a justiça que tem valor diante de Deus? Ajudamos a construir a “arca” da Igreja? Alertamos para o que está por vir?










quarta-feira, 13 de junho de 2012

A comunidade internacional está preocupada com o programa nuclear iraniano e as vozes contrárias têm se tornado mais audíveis no Rio+20.


A comunidade internacional está preocupada com o programa nuclear iraniano e as vozes contrárias têm se tornado mais audíveis. Estaria em andamento algo que a Bíblia já predisse no tempo de Jeremias?
Não é só Israel que tem medo do Irã. As nações árabes igualmente temem o possível poderio nuclear iraniano. A maioria dos principais países da ONU também vê com desconfiança o comportamento descarado do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Ele poderia reagir de forma imprevisível e tornar-se ainda mais ousado; o que colocaria o mundo todo em perigo. Já se fala em uma “emergência no Irã” ou de uma “visão apocalíptica”. “Quando Mahmoud Ahmadinejad, o chefe de Estado iraniano, fala de Israel, não consegue conter suas muitas ameaças sombrias. Ele fala do “regime que mantém Jerusalém ocupada”, que “precisa ser erradicado dos anais da História”. Israel seria uma “árvore podre, ressecada”, uma excrescência que se alastra pelo Mediterrâneo como “bactérias nojentas” e que escoiceia “como um animal selvagem”. Ahmadinejad quase não pronuncia o nome desse país que considera a encarnação do mal – como se a simples menção da palavra “Israel” já representasse um sacrilégio”.

Fato é que as nações têm preocupação crescente com o programa atômico do Irã. Essa é a razão da convergência de suas posturas e de suas ações mais duras em relação à antiga Pérsia. Primeiro foram os EUA, o Canadá e a Grã-Bretanha que impuseram sanções ao setores de petróleo e finanças do Irã. A esses vieram se juntar logo os australianos. A União Européia embargou a importação de petróleo iraniano. Os boatos de que Israel invadirá o Irã tornam-se mais intensos. As vozes eventualmente contrárias a essas medidas se calam. Da Inglaterra se ouve: “Precisamos contar com tudo e nos preparamos para qualquer contingência”.

A base britânica em Chipre deve ser fortalecida, bem como a proteção da Marinha Mercante e de Guerra na região do Golfo. Considera-se a possibilidade da eventual presença de submarinos equipados com mísseis de cruzeiro na área.

A ICEJ informou: “Os EUA não querem que o Irã construa uma bomba atômica. “Para nós isso é uma linha vermelha, e pelo visto também para os israelenses”, declarou Leon Panetta, o secretário da Defesa americano. Ele não exclui a possibilidade de um ataque militar”.
 “Muitas evidências mostram que há um bom tempo está em andamento uma “guerra oculta” com o objetivo de barrar as ambições do regime fundamentalista-xiita iraniano. Mas o ritmo dessa guerra secreta intensificou-se nitidamente nas últimas semanas. Em Londres e em Washington impera o silêncio (...) Mas os elementos de uma escalada são facilmente identificáveis: sanções mais rígidas, que abalam a economia; maior isolamento político e diplomático do país e, ao mesmo tempo, ataques precisos a instalações nucleares no Irã. (...) Possivelmente são os agentes do Mossad em ação, provavelmente também dos serviços secretos britânicos e norte-americanos”.


A situação atual lembra muito uma profecia de Jeremias acerca de Elão. Elão ficava no sudoeste do Irã – provavelmente na região onde hoje são produzidos os mísseis nucleares. A capital de Elão era Susã (Dn 8.2), o local onde na época foi decidida a matança dos judeus por Hamã e Assuero. Hoje o presidente iraniano não faz segredo de seus planos de aniquilar Israel com seu arsenal atômico.
Jeremias disse acerca de Elão: “Palavra do Senhor que veio a Jeremias, o profeta, contra Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, a fonte do seu poder. Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá país onde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de meus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; farei vir sobre os elamitas o mal, o brasume da minha ira, diz o Senhor; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los. Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o Senhor. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o Senhor” (Jr 49.34-39).


• O Todo-Poderoso quebrará o arco de Elão, que se orgulha da “fonte do seu poder” (v. 35). Obviamente os profetas sempre falavam a linguagem da sua época. Palavras como reator atômico, míssil ou avião eram desconhecidas. Por isso, João não falou de televisão ou de coisas semelhantes, mas de uma imagem que pode falar (Ap 13.14-15). Hoje o “arco” e a “fonte de poder” do Irã poderiam ser os eventuais mísseis nucleares na região de Elão.

• Deus enviará “os quatro ventos” dos “quatro ângulos do céu” contra Elão (v. 36). Essas quatro direções celestes indicam os quatro pontos cardeais. Isso significa que o Senhor usará a comunidade internacional contra o Irã.
• Na seqüência haverá uma imensa onda de refugiados (v.36).
• Um grande pavor virá sobre a região e seus habitantes. Seu orgulho será quebrado e o falar altivo será humilhado (v.37).
• O Senhor executará juízo e porá seu trono em Elão (v.38). Muitos exegetas vêem o cumprimento dessa profecia na conquista pelos babilônios em 596 a.C. ou, mais tarde, pelos persas sob Ciro em 539 a.C. A cidade de Susã tornou-se então a residência do rei Dario. Mas William MacDonald relaciona essa profecia com os tempos finais e escreve: “Os elamitas (persas) seriam dispersos por toda a terra, mas o Senhor os traria de volta nos últimos dias. Deus estabelecerá seu trono em Elão no sentido de que governará sobre a nação em julgamento”.
• Seja como for, na minha concepção essa passagem bíblica alude ao final dos tempos, quando Senhor fala que nos “últimos dias” mudará a sorte de Elão (v.39).
Não posso avaliar se essa profecia já se cumpriu parcialmente no passado, se ela cabe em nossa época ou será cumprida apenas em futuro remoto. Também estamos cientes de que muitas coisas na Bíblia podem ter duplo cumprimento – mas o contexto e a menção dos “últimos dias” falam por si mesmos.Será que a comunidade mundial apoiará Israel a atacar preventivamente o Irã para acabar com suas ameaças?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.25-26).


O apóstolo Paulo, que nos deu as características mais descritivas dos “últimos dias”, chamou-os de “tempos difíceis” – particularmente ao descrever os costumes da humanidade durante os últimos dias da Igreja um pouco antes do retorno de Cristo (2 Tm 3). Ele usou termos como “egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder...” (2 Tm 3.2-5). Poderíamos passar semanas apenas ilustrando tais comportamentos olhando as páginas de qualquer jornal, desde o caderno dos esportes até o das celebridades.
No entanto, este é somente um dos sinais visíveis do fim. Nosso Senhor, em Sua maravilhosa profecia sobre os últimos dias, ilustrou estes dias começando com uma guerra mundial iniciada por nações que entraram em conflito, no qual se envolveram os reinos do mundo (Mt 24.1-8 e Lc 21.7-36). Creio que isso começou com o que os historiadores chamam de “I Guerra Mundial”, de 1914 a 1918, quando o arquiduque da Áustria foi assassinado por um sérvio, e outras nações do mundo entraram no conflito até que todos os países estavam oficialmente envolvidos ou enviando mercenários para lutar em um dos lados. Em ambas as passagens, nosso Senhor disse que a guerra seria apenas uma parte dos sinais, pois aconteceriam também “grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares (ou seja, ao mesmo tempo), coisas espantosas e também grandes sinais do céu” (Lc 21.11). Estas coisas começaram a ocorrer quase um século atrás e têm transformado a face do nosso mundo. Na I Guerra Mundial, um dos destaques dos EUA foi um atirador de elite do Kentucky que se distinguiu nos campos de batalha da Europa. Apenas meio século mais tarde, eles desenvolveram a bomba atômica, que matou quase 150.000 pessoas em um único dia. Ela acabou forçando o Japão, que havia declarado guerra contra a América, a se render e assim finalizar a terrível II Guerra Mundial.
“haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.26).
Mas os sinais do fim não se encerraram. Os grandes líderes do mundo, no afã de ter “paz mundial”, fundaram as Nações Unidas. Muitos deles nem imaginavam que estavam montando o palco para o Anticristo e seu sistema governamental mundial. Esse sistema irá reger o mundo durante os sete anos de tribulação que Daniel, o grande profeta hebreu, predisse para o tempo que antecede a Gloriosa Aparição de Cristo para estabelecer Seu Reino Milenar que introduzirá verdadeira paz mundial.
Com toda a probabilidade, os comunistas secretos dentre os grandes planejadores mundiais (como Alger Hiss e outros que prepararam a Carta da ONU, que sempre favoreceu os comunistas e socialistas) redigiram um documento que suga os recursos financeiros dos Estados Unidos [para a manutenção da entidade mundial]. Os EUA são a única nação que tem sido capaz de preservar ao menos certo período de paz. Em minha opinião, a ONU só fez uma coisa boa: o breve cumprimento de uma profecia bíblica em 1948, quando aceitou oficialmente o pequeno Estado de Israel como uma nação estabelecida. No entanto, isso também aconteceu em “tempos difíceis” ou “turbulentos”, como foi predito nas profecias. O que poderia ter sido uma grande bênção para o mundo tornou-se, em vez disso, um tempo de sofrimento para milhões – exceto para aqueles que fazem parte da manipulação do adversário nos acontecimentos mundiais. Isso comprova mais uma vez que sem Deus o homem é incapaz de produzir “justiça social”, a respeito da qual ouvimos tanto hoje em dia. Sem Deus, o homem não pode fazer nada!
Na última metade do século passado ocorreram muitos dos sinais a que nosso Senhor se referiu em ambas as afirmações feitas no Monte das Oliveiras nos momentos finais de Seu ministério (Mt 24 e Lc 21). Eu chamo esses sinais de astrológicos, pois envolvem “sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.25-26).
Não é de se admirar que tenha aumentado o número de leigos que perguntam: “Estamos muito pertos da vinda do Senhor?”, ou: “São estes os sinais dos últimos dias?”, e assim por diante. De fato, nos últimos dois meses, em algumas de nossas conferências proféticas, tenho ouvido mais dessas perguntas do que a pergunta que se fazia anteriormente: “O atual presidente dos EUA é o Anticristo?”. E sempre, como tenho escrito, respondia com um NÃO, porque ele não tem a nacionalidade correta! Daniel predisse que o Anticristo será um romano (Dn 9.26-27).
Há um princípio que a maioria dos eruditos em profecia realça no Sermão de Jesus no Monte das Oliveiras após a conclusão da primeira etapa de sinais: I Guerra Mundial, fomes, epidemias e terremotos em vários lugares ao mesmo tempo. Ele disse: “porém tudo isto [as quatro partes do primeiro sinal] é o princípio das dores” (Mt 24.8). Jesus utilizou uma expressão hebraica familiar comparando esses sinais com uma mulher no princípio das dores do parto. Quando uma mulher sente as primeiras dores do iminente nascimento de sua criança, ela não vai correndo para a maternidade. Em vez disso, ela espera pelas dores que ainda virão. Em um primeiro momento, elas geralmente são esporádicas, porém, quanto mais próximo do nascimento, as dores se tornam mais freqüentes e mais intensas. Os médicos dizem às suas pacientes que se as dores ocorrerem em um intervalo de três minutos durante mais ou menos dez minutos elas devem ir imediatamente para a maternidade.
“Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21.36).
Assim será com os sinais do “fim” ou a vinda de Cristo. A primeira dor de parto é apenas a primeira dor. Depois, haverá outras dores ou sinais e eles aumentarão em freqüência e intensidade. É o que vemos hoje. Não vi o primeiro sinal em 1914-18, pois nasci doze anos mais tarde. Mas li sobre aquelas quatro partes daquele primeiro sinal e sobre a primeira tentativa de formar um governo mundial no ano seguinte: a criação da Liga das Nações e a revolução bolchevique que transformou a Rússia numa superpotência, como Ezequiel predisse nos capítulos 38-39. Temos visto como o Estado de Israel foi criado em 1948 e tem sido um lugar “turbulento” até os dias atuais, e como os filhos árabes de Ismael, os vizinhos de Israel, têm sido seus inimigos implacáveis, jurando que alcançarão sua destruição.
Esses eventos impressionantes são miraculosos, mostrando claramente como a profecia bíblica é, de fato, confiável. A Rússia não era nada no cenário mundial até que os comunistas bolcheviques assumiram o controle; hoje a Rússia é a primeira ou segunda nação mais perigosa no mundo. E, pela primeira vez, ela é aliada dos filhos de Ismael, compartilhando um ódio mútuo pelo povo escolhido que por milagre tornou-se uma nação. Pois nenhum povo na história conseguiu sobreviver fora de sua terra natal por mais de 300 anos, exceto Israel. Esse povo foi espalhado ao redor do mundo por mais de 1900 anos e deveria ter desaparecido. Contudo, ele resistiu a perseguições cruéis e tentativas de extinção, e acabou voltando à sua terra no século passado, como Deus havia dito. Agora são quase 6 milhões na terra que Deus lhes prometeu como lembrete perpétuo de como Ele mantém Sua Palavra.

Conclusão




Então, o que aprendemos disso tudo? Muito simples: que Jesus está voltando para arrebatar Sua Igreja e isso pode acontecer muito em breve. As Suas palavras não poderiam ser mais oportunas: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21.33-36).

quinta-feira, 29 de março de 2012

"Programação neurolinguistica e PSICOHERESIA"







Através dos anos, temos visto o surgimento e a queda de vários sistemas de aconselhamento psicológico. Escrevemos sobre alguns que influenciaram fortemente aqueles cristãos que buscavam incorporar sistemas de aconselhamento psicológico seculares no que eles denominavam “Psicologia Cristã” ou “Aconselhamento Cristão”. Nosso livro The End of “Christian Psychology” (O Fim da Psicologia Cristã) inclui descrições e análises de alguns dos teóricos mais importantes e seus modelos.[1]

Um sistema psicológico que não incluímos naquela época é a Programação Neurolingüística (PNL), que é a combinação de métodos de comunicação, aconselhamento, dinâmicas de grupo, manipulação e hipnose. Agora, entretanto, cremos ser necessário informar e avisar os crentes sobre a PNL.

A despeito dos poucos resultados de pesquisas sobre a PNL (ou NLP, em inglês), ela ainda está sendo usada hoje em dia por inúmeros conselheiros, inclusive conselheiros cristãos professos. Na verdade, há alguns que estão empacotando a PNL especialmente para os cristãos. Por exemplo, o site da “Christian NLP 2008” dizia sobre sua missão:

Ser uma das principais organizações centralizadas em Cristo no mundo, cujo enfoque é ensinar e treinar pastores, conselheiros e cristãos em geral, para usarem os instrumentos, padrões e processos que facilitam a realização do chamado e do mandamento de Romanos 12.2 para serem “transformados pela renovação do vosso entendimento”.[2]

Esse site estava conectado a outro site da PNL intitulado “Patterns for Renewing Your Mind International” [Padrões para Renovação de Sua Mente Internacional], projetado especialmente para cristãos.

O site incluía artigos, técnicas, testemunhos, informações para programas de treinamento, e até sermões para pastores que utilizam os instrumentos da PNL. A seção denominada “About Us” [Quem Somos] destacava um homem de nome Bob­by G. Bodenhamer (D. Min.) que, juntamente com L. Michael Hall (PhD.), escreveu um livro chamado Patterns for Renewing the Mind: Christian Communicating & Counselling (Padrões Para Renovação da Mente: Comunicação e Aconselhamento Cristãos) para animar os cristãos a usarem a PNL.

A apresentação do livro, escrita pelo Rev. Carl Lloyd, PhD., Professor e Chefe do Departamento de Sociologia e Serviço Social da Universidade George Fox em Newberg, Oregon, EUA, diz:

Seria negligência de minha parte não expressar meu profundo apreço tanto a Michael [Hall] quando a Bob [Bodenhamer] por empenharem tão diligentemente suas mentes e talentos na tarefa de integrar a PNL à sólida perspectiva judaico-cristã.[3]

Lloyd apresenta suas próprias credenciais, incluindo “quatro cursos de graduação”, “seis cursos de especialização em Saúde Mental”, experiência clínica, “mais de duas décadas” de pastorado, e sua posição atual lecionando terapia “tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação”. Mais adiante ele acrescenta:

Conheço bastante sobre aprendizagem, pessoas, terapias e sobre a integração da fé com a aprendizagem. Mesmo assim, este volume me abençoou com novos conhecimentos, novas técnicas e uma paixão renovada por levar o Cristo vivo para dentro dos processos educacionais e de aconselhamento.[4]

Em seu livro, Bodenhamer e Hall instam com os cristãos para que usem a Programação Neurolingüística (PNL) para se comunicar, aconselhar, pregar e transformar o eu. Com bastante confiança, eles anunciam a PNL como o meio através do qual os cristãos podem realizar a transformação espiritual, embora a PNL em si seja uma metodologia secular projetada e usada por não-crentes. Embora Bodenhamer e Hall usem versículos das Escrituras juntamente com a PNL, seu modelo carnal não consegue tocar a nova vida em Cristo. Em vez disso, ele apela para a carne, que pode ser manipulada pela PNL. Em seu Prefácio, eles afirmam que “alguns descobriram o tremendo poder no modelo de Programação Neurolingüística e o têm usado para manipular pessoas”.[5]

Todavia, eles usam, promovem e ensinam a PNL porque crêem que ela contenha o que chamam de “estado da arte em modelos de comunicação e instrumentos de cura” e que possa ser usada por cristãos para o bem (itálico deles). O livro é cheio de promessas como: “Na PNL, descobrimos padrões incrivelmente poderosos para uma renovação rápida, eficiente e permanente da mente”.[6] Contudo, não há evidências de pesquisas que substanciem as afirmações da PNL a não ser testemunhos pessoais. Usar testemunhos pessoais sem o devido apoio científico é uma das primeiras características de charlatanismo. Mesmo assim, as promessas e expectativas continuam a atrair as pessoas para dentro dessa rede de engano.

Uma Mistura Mundana

Por todo o livro os autores citam uma passagem ou uma expressão bíblica e a transformam em um método de PNL. Por exemplo, eles relacionam as técnicas de PNL “Governe Seu Próprio Cérebro” com uma admoestação bíblica na seção denominada “Dirija Seu Próprio Cérebro ou ‘Guarde Seu Coração Com Toda Diligência”’. Eles dizem:

Quem governa seu cérebro? Se você não o governar, alguém vai rapidamente se voluntariar para fazê-lo por você! Agora, “governe seu próprio cérebro” significa pensar seus próprios pensamentos e assumir as responsabilidades de suas próprias respostas. Isso corresponde à visão cristã sobre a responsabilidade humana (Js 24.15; At 11.24; Cl 3.1).

Para “governar nosso próprio cérebro”, precisamos primeiro saber que os cérebros funcionam baseados em imagens, sons, palavras, sensações, cheiros e gostos. Controle essas informações e nós dirigiremos nosso próprio caminho. Biblicamente, isso nos capacita a “renovarmos a nossa mente” e a experimentarmos a transformação (Rm 12.2)[7] (itálico deles.)

O livro dá a distinta impressão de que a pessoa precisa conhecer a PNL para progredir efetiva e eficientemente na vida cristã. Como conseqüência, reduz a santificação à mesma metodologia usada por não-crentes para seu autodesenvolvimento. Por outro lado, a Bíblia é clara sobre a fonte da nova vida em Cristo e sobre como um crente deve caminhar de acordo com o Espírito e não segundo a carne. Sempre nos impressiona quando nos deparamos com métodos e técnicas carnais que as pessoas usam em suas tentativas fúteis de crescer espiritualmente. Esta é uma de nossas principais preocupações sobre a intrusão das teorias e métodos psicoterapêuticos no cristianismo.

Origens da PNL

Embora muitos cristãos possam não ter ouvido falar sobre a Programação Neurolingüística, ela tem estado aí desde os anos 1970 e tem sido usada por terapeutas, conselheiros, oradores motivacionais, vendedores e muitas outras pessoas por todos esses anos. A PNL é um sistema tanto de aconselhamento psicológico individual quanto de programas de conscientização de grupo, inicialmente criada por dois não-cristãos, Richard Bandler e John Grinder. Esses homens tentaram construir um sistema de técnicas de comunicação elaborado com base em três psicoterapeutas influentes e aparentemente eficientes: Virginia Satir, Fritz Perls e Milton Erickson.

Satir era conhecida por sua maneira natural de tratar as pessoas, então Bandler e Grinder tentaram elaborar e codificar os maneirismos dela, o modo como ela assimilava e até refletia os maneirismos e padrões de fala daqueles que estava aconselhando. Fritz Perls parecia ser bem sucedido com as pessoas, então Bandler, que no início começou a imitar a voz de Perls e seu uso da linguagem, tentou copiar e codificar o que Perls fazia e dizia na terapia. Erickson, um hipnoterapeuta clínico, era capaz de colocar seus pacientes em transe através da conversação. Portanto, a PNL foi primeiramente formada através da modelagem e da codificação da forma que esses terapeutas se comunicavam. Grinder era lingüista, logo estava interessado no uso que eles faziam das palavras e expressões. Bandler estava interessado em computadores e imaginava que as pessoas poderiam ser programadas da mesma maneira, através de várias técnicas selecionadas a partir da observação desses três terapeutas. Assim como Franz Anton Mesmer fez uso de técnicas para obter a concordância de seus pacientes, Bandler e Grinder codificaram técnicas psicológicas específicas para obter concordância e fazerem o aconselhando sentir-se ligado a seu terapeuta. Outras técnicas de PNL incluem fantasias direcionadas, visualização, hipnose e manipulação emocional.

Algumas das primeiras teorias da PNL tinham a ver com a idéia de que uma pessoa pode influenciar outra pessoa através do uso de qualquer “sistema representacional” que esteja sendo usado por essa outra pessoa. Por exemplo, se uma pessoa usa termos visuais, como “Vejo o que você quer dizer”, o terapeuta também buscaria falar em termos visuais. Ou, se o aconselhando usa palavras de sentimento, como “Eu realmente me senti decepcionado”, o terapeuta usaria palavras relacionadas tanto com os sentimentos emocionais quanto sinestésicos*.

Num dado momento, a PNL ostentou seis sistemas representacionais:

...a construção de imagens visuais, a lembrança de imagens visuais, a construção de imagens auditivas, a lembrança de imagens auditivas, a aplicação de sensações sinestésicas ao indivíduo e a manutenção de diálogos interiores.[8]

A teoria era que uma pessoa poderia ser mais facilmente influenciada por alguém com quem ela pudesse se identificar, neste caso alguém usando sua chamada linguagem representacional.

Outra técnica da PNL é a de observar e notar o movimento dos olhos do paciente enquanto ele fala. Por exemplo, à medida que o paciente fala de um incidente do passado, o conselheiro vai supostamente obtendo dicas no que se refere à pessoa estar se lembrando ou criando algo novo, ou a pessoa estar usando o modo visual, auditivo, sinestésico, ou de pensamento, simplesmente através da observação dos olhos da pessoa. Não obstante, um livro publicado pela Commission on Behavioral and Social Sciences and Education [Comissão Sobre Ciências Comportamentais e Sociais e Educação] do National Research Council [Conselho Nacional de Pesquisa] dos EUA revelou o seguinte: “Não há nenhum fundamento direto citado em favor da relação postulada pela PNL entre a direção do olhar e o sistema representacional”[9]. O livro também diz:

Em suma, o sistema da PNL dos padrões do olho, da postura, do tom, e da linguagem como padrões representacionais indexadores não é derivado nem derivável de trabalhos científicos conhecidos. E mais, não há evidências internas nem documentação para apoiar o sistema.[10]

Eles concluem: “Além de tudo, há poucas evidências empíricas, ou nenhuma, até a presente data para defender os pressupostos da PNL ou a eficiência da PNL”.[11] A PNL não é um empreendimento cientificamente comprovado. É baseado no que foi dito, em sugestões e em habilidades de vendedor.

Respondendo à pergunta, “O que é a PNL?”, The Skeptic’s Dictionary diz: “É difícil definir a PNL porque aqueles que a iniciaram e os que se envolveram com ela usam uma linguagem muito vaga e ambígua, dizendo que a PNL significa coisas diferentes para pessoas diferentes.[12] Inúmeras pessoas foram treinadas em PNL e depois continuaram a desenvolver suas próprias formas dela. Finalmente, com pessoas reivindicando direitos a suas próprias versões da PNL, Bandler tomou uma decisão através de uma ação judicial sobre propriedade intelectual, uma vez que ele reivindicava ser o único autor da PNL. Ele também tentou obter marca registrada de alguns aspectos da PNL e controlar os vários programas de treinamento e de certificação.

De fato, Bandler desenvolveu grande parte do sistema assim chamado de transformação, que os cristãos agora usam em sua tentativa de se tornarem mais semelhantes a Cristo. Todavia, a observação do uso pessoal que Bandler faz de suas próprias técnicas conta a história de um homem que se perdeu em sua pretensão enquanto fascinava suas audiências nas inúmeras sessões de treinamento. Ele e Grinder ensinavam as pessoas a darem uma nova imagem ao passado: “Se você tiver uma [história pessoal] ruim da primeira vez, volte atrás e faça para si mesmo uma história melhor. Todo mundo deveria mesmo ter várias histórias”.[13] Bandler seguiu sua própria técnica tão bem que Frank Clancy e Heidi Yorkshire relatam o seguinte:

Bandler contou uma vasta seleção de histórias sobre sua vida pessoal e profissional... Contou às pessoas que era músico profissional de rock, que era dono de um bar de topless aos 16 anos e era milionário aos 18, e que era faixa preta no caratê.[14]

O que foi citado acima é apenas uma amostra das mentiras dele. Clancy e Yorkshire continuam:

Os enganos de Bandler foram longe. Através da PNL ele havia aprendido a estabelecer uma concordância fazendo poses em frente ao espelho e imitando a linguagem; ele levou esta ideia mais adiante, combinando história e identidade com a de seus companheiros ... Ele se perdeu em um turbilhão de imitação, engano e manipulação.[15]

Clancy e Yorkshire também relatam que Bandler “usava grandes quantidades de cocaína e álcool” e que era “obcecado pela violência”. Eles dizem:

A história de Bandler é, em certo sentido, uma parábola da Nova Era. Tendo rejeitado muitas das fronteiras que governam as relações entre as pessoas, ele era como um marinheiro sem âncora nem velas, à deriva em um mar peculiar da Nova Era. Aqui o indivíduo era soberano... e a moralidade era relativa.[16]

No que se refere à responsabilidade pessoal pelo que estavam ensinando, Bandler e Grinder “dispensavam tipicamente as questões éticas com uma mesmice perturbadora: uma pessoa não consegue evitar de manipular outras, insistiam eles; com o treinamento da PNL, pelo menos ela estará consciente – e no controle – da manipulação.[17]

Se Bandler tivesse inventado um abridor de latas melhor, sua própria vida de enganos não afetaria seu produto, mas, quando seu produto é um conjunto de métodos para ajudar as pessoas a viver uma vida melhor, precisamos questioná-lo. Ou, se ele tivesse feito uma descoberta científica que pudesse ser provada cientificamente, então diríamos que ele tem algo a apresentar ao homem natural. No entanto, ele não descobriu nada científico sobre o mundo físico. Pelo contrário, ele desenvolveu um conjunto de técnicas projetadas para manipular o âmbito não-físico da alma.

Embora o nome “neurolingüística” soe bastante científico, como se tivesse a ver com a neurobiologia e a lingüística, e, embora um sistema teórico tenha sido desenvolvido, a PNL não é um empreendimento científico. De fato, quando questionados sobre comprovações científicas, Bandler e Grinder declararam que não eram cientistas fazendo ciência, portanto, não tinham a oferecer as comprovações do que estavam fazendo.[18] A PNL não se baseia em descobertas científicas, mas em observações subjetivas. Seus métodos frustram a investigação científica e, por isso, seu pretendido sucesso se apóia em testemunhos individuais subjetivos, e no que a Bíblia denominaria de “fábulas” e “histórias de velhas caducas”.

Entretanto, a PNL continua a surgir em vários ambientes, inclusive num recente panfleto de uma conferência intitulada “Neuroscience Meets Recovery” [A Neurociência Encontra o Restabelecimento], em setembro de 2008. O subtítulo da conferência foi bem significativo: “Integrating Neurobiology with Pharmacotherapy, Psychotherapy and Spiritual Practices” [Integrando a Neurobiologia com a Farmacoterapia, a Psicoterapia e as Práticas Espirituais]. Os cristãos que acham que as Práticas Espirituais incluídas aqui podem ser algo bom precisam reexaminá-las, porque as práticas espirituais oferecidas incluem a espiritualidade em 12 passos e o budismo. O Dr. Richard Bandler é um palestrante em destaque com sua palestra denominada “NLP: A Tool for Better Living” [PNL: Um Instrumento Para Uma Vida Melhor].

Uma Mente Inconsciente Poderosa

Basicamente, a PNL é uma coletânea de idéias e técnicas, muitas das quais baseadas nas crenças freudianas de que a mente inconsciente influencia profundamente o pensamento e o comportamento conscientes, que os psicólogos podem ajudar um paciente a obter insight (percepção) sobre esse conteúdo, e que nós revelamos coisas em nosso inconsciente através de palavras e ações metafóricas. Entretanto, tudo isto é um mito! Em seu livro Therapy’s Delusions: The Myth of the Unconscious and the Exploitation of Today’s Walking Worried [As Ilusões da Terapia: O Mito do Inconsciente e a Explicação Sobre os Preocupados Andantes de Hoje], o professor Richard Ofshe, da Universidade da Califórnia, diz:

Embora seja claro que todos nós nos empenhamos em processos mentais fora da consciência, a idéia do inconsciente dinâmico propõe uma poderosa mente paralela que, desconhecida de quem a abriga, influencia obstinadamente até o mais insignificante pensamento e comportamento. Não há comprovações científicas desse tipo de inconsciente proposital, tampouco há comprovações de que os psicoterapeutas possuam métodos especiais para desnudar nossos processos mentais inconscientes. Contudo, a reivindicação dos terapeutas de serem capazes de expor e remoldar a mente inconsciente continua sendo a promessa sedutora de muitas terapias baseadas na conversação.[19]

Além disso, o Skeptic’s Dictionary revela:

Os benefícios da mente inconsciente, da hipnose e da habilidade de influenciar as pessoas através da apelação direta à mente subconsciente não são confirmados. Todas as comprovações científicas que existem em tais coisas indicam que as afirmações sobre a PNL não são verdadeiras. Não se pode aprender “a falar diretamente à mente inconsciente”, como afirmam Erickson e a PNL, exceto da maneira mais óbvia, que é usando o poder da sugestão.[20]

É evidente que, independentemente das pesquisas, Bodenhamer e Hall crêem e ensinam a noção de um poderoso inconsciente que controla as pessoas sem que elas tenham noção. Eles dizem:

A proporção em que esses processos e mecanismos [da mente] ficam do lado de fora de nossa consciência, é a proporção em que eles nos controlam. Ao desenvolver familiaridade com esses processos inconscientes, você aprenderá a lidar com eles.[21]

Na verdade, eles prometem que, à medida que uma pessoa aprende a controlar esses chamados processos inconscientes, “será cumprido o desafio de Paulo de levar “...cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5b).[22]

Além de revelarem sua crença em um inconsciente do tipo freudiano que controla as pessoas, essa citação é um exemplo do como eles usam mal as Escrituras. Paulo não está falando sobre pensamentos inconscientes sendo trazidos à consciência para que possam ser controlados.

Como os usuários e promotores da PNL crêem que as pessoas são controladas por processos inconscientes, as técnicas de PNL tentam ignorar o pensamento consciente para influenciarem a pessoa na consciência sensorial, no nível do sentimento profundo. Várias técnicas de PNL para obter a concordância e a confiança e até mesmo o controle colocam o paciente em um estado mental receptivo (com o raciocínio proposital e avaliativo deixado de lado), pronto para ser manipulado por meio da linguagem e dos sentidos, por meio das fantasias e da visualização, e através de estimulação emocional.

A idéia de programar o cérebro como um computador é usada bastante consistentemente. De fato, a PNL é apresentada como um manual de programação para o cérebro. Afirma-se que ela ajuda as pessoas a programar seu cérebro através da conscientização sensorial, da visualização, da reimagem do passado, da meditação, da auto-sugestão e de outras técnicas usadas na auto-hipnose. Essas manipulações mentais são as mesmas que os ocultistas usam para colocarem a si mesmos e aos outros em estado de transe. O terapeuta que está usando a PNL com um paciente aplicará os instrumentos da PNL para obter uma concordância semelhante à obtida pelo hipnotizador. O terapeuta pode trabalhar no sentido de ensinar às pessoas a técnica da PNL para reprogramarem seus cérebros, mas a maneira como isso geralmente funciona é que o terapeuta faz a reprogramação (i.e., a manipulação) através da sugestão ou da fantasia direcionada.

Os Instrumentos da PNL

Os cristãos que usam e promovem a PNL tentam mostrar que os instrumentos são apenas meios para que as coisas funcionem. Embora algumas técnicas da PNL sejam marca registrada, a maioria delas está por aí há longo tempo, mesmo antes da PNL. Muitas delas vieram da observação sobre como as pessoas se relacionam umas com as outras e como elas podem influenciar umas às outras. Outros instrumentos incorporam técnicas de ocultismo. Aqui descrevemos apenas uns poucos instrumentos da PNL: rapport (sincronia), pacing (compasso), manipulação sensorial, modelagem, Outcome Thinking (Pensamento de Resultados), e hipnose.

Na PNL, a sintonia é uma estratégia para se conectar com outra pessoa imitando-a ou espelhando-se nela. Muitos estabelecem a sintonia naturalmente à medida que se relacionam com os outros. Eles se identificam com as pessoas e até refletem o vocabulário e os maneirismos delas. A PNL tem codificado sistematicamente esses procedimentos para que as pessoas possam obter essa sintonia, não através da compaixão e do cuidado naturais, ou por se identificarem verdadeiramente com o próximo, mas através de técnicas aprendidas. A sintonia é reduzida a um conjunto de habilidades para que, havendo ou não empatia, a empatia seja comunicada. Isso é feito pela observação cuidadosa da outra pessoa e depois por meio de pacing (compasso), ou seja, fazendo a mesma coisa ou algo semelhante, como ter o mesmo ritmo de respiração e/ou usar o mesmo tipo de palavras, expressões, aparência, postura e atitudes.

Existe uma história da PNL sobre uma mulher que estava marcando o compasso de outra tão aplicadamente que entrou em um tipo de transe místico, de tal forma que, quando a outra curvou-se para a frente e caiu da cadeira, a mulher que estava fazendo o compassamento também caiu. Bodenhamer e Hall dizem: “Nós experimentamos a concordância como um estado místico no qual escutamos tão exclusivamente o outro – que perdemos a consciência de nós mesmos” (negrito acrescentado). Então, eles dizem que “Jesus escutava dessa maneira”.[23] Mas Jesus nunca se perdeu em um “estado místico”!

Conscientização Sensorial e Manipulação

À primeira vista, a idéia de conscientização sensorial soa bem, mas um exemplo de Bodenhamer e Hall revela do que realmente se trata. Eles solicitam ao leitor que participe de um experimento. Eles o instruem da seguinte maneira: “Lembre-se de uma experiência prazerosa do passado”. Depois eles prosseguem dizendo para a pessoa visualizar a experiência, lembrar-se dos sons, dos sentimentos, etc. A seguir, eles o instruem a aumentar a imagem mais e mais e dizem: “Quando você aumenta a figura, o que acontece com seus sentimentos acerca daquela experiência? Eles se intensificam?” Então, eles falam para diminuir a imagem, depois para deixá-la num tamanho confortável, a seguir mais próxima, depois mais distante, para mostrarem como nós podemos “distanciar-nos das experiências”.[24] Eles também dizem para a pessoa mudar as cores e a nitidez visual, etc. Embora essas atividades possam ser exercícios inofensivos para alguns, podem colocar outros em um estado alterado de consciência. Tais atividades de visualização podem parecer seguras, mas também podem abrir a mente para a intrusão demoníaca.

Modelagem

O instrumento denominado modelagem é usado para imitar comportamentos de pessoas que nós admiramos. Assim, os que querem tornar a PNL palatável para os cristãos dizem que ela é uma maneira de nos tornarmos mais parecidos com Jesus através de “dividirmos o caráter de Jesus em pequenos passos que podemos imitar em nossa vida”.[25] Além do fato de que nós não nos tornamos mais parecidos com Jesus por dividirmos Jesus em pedaços para podermos imitá-lO, essa técnica é uma atividade da carne, que pode fazer com que na carne nos pareçamos mais com Jesus e, assim, impedir-nos de ter um verdadeiro crescimento espiritual. Ao seguir a modelagem da PNL, sem dúvida pode-se desenvolver uma “forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Tm 3.5).

Pensamento de Resultados

Na PNL, o pensamento de resultados não é apenas pensar sobre o futuro. É montar imagens sensoriais para criar o futuro. Portanto, eles usam a visualização. Bodenhamer relata:

Eu (BB) ouvi o Rev. Charles Stanley utilizar o modelo da PNL à medida que ele instruía sua congregação a assumir a mente de Cristo. Ele usou o modelo acima para ensinar como criar uma imagem de onde Deus quer que eles cheguem com sua vida. O Dr. Stanley mencionou, então, que “não é errado visualizar”. O que acham disso?[26] (itálico dele).

De fato, nem toda visualização é pecado, mas esse tipo de visualização pode levar à visualização ocultista. Tentar fazer alguma coisa acontecer no futuro por meio da visualização é uma prática ocultista promovida no livro popular de ocultismo The Secret [O Segredo].

A hipnose tem sido uma grande parte da PNL desde seu princípio. Bodenhamer e Hall tentam fazer com que a hipnose soe como uma resposta natural a determinadas formas de conversação que fazem a pessoa se sentir relaxada, confortável, aceita e confiante. Eles crêem que a hipnose ajuda a atingir a mente inconsciente. Eles dizem que:

Como nossa mente inconsciente contém vastos reservatórios de conhecimento e experiências, precisamos aprender como acessar esses reservatórios. Infelizmente, muitas pessoas deixam que eles fiquem quase sem ser tocados. Embora a maior parte de nosso comportamento funcione inconscientemente, nós apenas deixamos que ele siga – pensando (erradamente) que não podemos influenciá-lo.[27]

Eles argumentam que uma “faceta do ‘transe’ e da ‘hipnose’ (...) se correlaciona maravilhosamente com o ‘evangelho da graça de Deus”’.[28] Afirmam eles:

Portanto, para tratar com nossos programas profundos e inconscientes, as boas-novas de Jesus começam por nos enviar não ordens e comandos, mas segurança para que possamos relaxar, nos sentir seguros, descansar na certeza do trabalho redentor daquele que fez por nós o que não poderíamos fazer por nós mesmos, e que nos prometeu força interior, o testemunho do espírito em nosso íntimo, etc. Que estado interior tremendamente positivo e cheio de possibilidades para acessarmos![29] (itálico deles).

Mas, então, como é que podemos acessar esse “estado interior positivo e cheio de possibilidades”? Entrando em um estado de transe. Dizem eles:

Quão especificamente os processos da linha do tempo da PNL fornecem instrumentos para descobrir essas partes inconscientes? Utilizando o transe como um estado alterado, como um estado de mente e de emoções (relaxada, segura, aberta, confortável, receptiva, com expectativas, etc.) que nos capacita a funcionar efetiva e diretamente no nível inconsciente. Ele nos dá acesso àquela parte de nossa mente que o Senhor fez para armazenar e codificar nossos padrões habituais – ele se refere a nada mais que isso, nada misterioso, oculto, demoníaco. Isso descreve o dom de Deus em nós.[30] (itálico deles).

É claro que discordamos profundamente da convicção deles de que não há “nada misterioso, oculto, demoníaco” em entrarmos em um estado alterado de consciência através da hipnose, e escrevemos um livro tratando dessa atividade demoníaca.[31]

Cuidado com a PNL em Outros Lugares

Os vários ensinos, técnicas e instrumentos são usados por inúmeros psicoterapeutas, por outros profissionais de saúde mental psicologicamente treinados, por conselheiros, líderes de grupos, pastores e líderes de igrejas. Essas coisas são ensinadas em aulas de aconselhamento nas faculdades e universidades tanto seculares quanto cristãs. Os ensinos, as técnicas e os instrumentos da PNL também são usados em várias formas de cura interior e terapia de regressão, e contribuem para as táticas manipulativas de dinâmicas de grupo.[32]

Os Perigos Implícitos da PNL

Pode-se ver, a partir das práticas da PNL descritas acima, que há sérios perigos no uso da PNL. Os cristãos precisam estar conscientes do que está emboscado por trás das promessas da PNL: um outro evangelho – um evangelho de obras, esforço próprio, manipulação, hipnose e outras práticas ocultistas. Através da sedução dos que proporcionam a PNL, os cristãos são arrastados para longe da dependência da Palavra de Deus e da obra do Espírito Santo, sendo enganados a usarem um atalho carnal para a transformação espiritual. Concluíndo, a PNL é uma das falsificações satânicas do crescimento espiritual, que nutre a carne e faz morrer o espírito. De fato, é um engano do inimigo que afastará as pessoas de Deus, mesmo que elas pensem que estão crescendo espiritualmente.

Finalmente, as pessoas se colocam em uma posição espiritual vulnerável às forças ocultas do mal. Em vez de usarem a armadura espiritual que Deus lhes deu, elas estão abaixando a guarda e não usando a Palavra de Deus para resistirem ao que está sendo dito, e não estão levando cativo todo pensamento ao senhorio de Cristo. Isso exige pensamento consciente, e não a passividade de um transe. Tenha cuidado com aqueles que misturam a sabedoria dos homens, sobre a qual Deus alertou Seu povo, com as Escrituras e então seduzem os cristãos com promessas de transformação espiritual através de técnicas, metodologias e fórmulas. (Martin e Deidre Bobgan - PsychoHeresy Awareness Letter - http://www.chamada.com.br)

* Sinestesia: Relação subjetiva que se estabelece espontaneamente entre uma percepção e outra que pertença ao domínio de um sentido diferente (p. ex., um perfume que evoca uma cor, um som que evoca uma imagem, etc.).

Notas:

  1. Martin e Deidre Bobgan. The End of “Christian Psychology”. Santa Barbara, CA: EastGate Publishers, 1997, também disponível como e-book gratuito em www.psychoheresy-aware.org.
  2. “Christian NLP 2008”, http://christiannlp2008.com/index.php.
  3. Bobby G. Bodenhamer and L. Michael Hall. Patterns for renewing the Mind: Christian Communicating & Cousenlling Using NLP. Clifton, CO: NSP: Neuro-Semantic Publications, 1996, p.5.
  4. Ibid.
  5. Ibid., pp. 7-8.
  6. Ibid., p. 6.
  7. Ibid., p. 65.
  8. Commission on Behavioral and Social Sciences and Education, National Research Council. Enhancing Human Performance: Issues, Theories, and Techniques. Daniel Druckman e John A. Swets, eds. Washington D.C.: National Academy Press, 1988, p. 139.
  9. Ibid., p. 141.
  10. Ibid., p. 142.
  11. Ibid., p. 143.
  12. Robert Todd Carroll, “Neuro-Linguistic Programming (NLP)”, The Skeptic’s Dictionary, http://skepdic.com/neurolin.html, p.1.
  13. Ibid., p. 27.
  14. Ibid.
  15. Ibid.
  16. Ibid., p. 24.
  17. Frank Clancy e Heidi Yorkshire, “The Bandler Method”, Mother Jones, Fevereiro-Março, 1989, p.26.
  18. Ibid., p. 26.
  19. Richard Ofshe e Ethan Watters. Therapy’s Delusions. New York: Scribner , 1999, pp. 38-39.
  20. Carroll, op. cit., p. 6.
  21. Bodenhamer e Hall, op. cit., p. 12
  22. Ibid.
  23. Ibid., p. 32.
  24. Ibid., pp. 12-13.
  25. “Christian NPL 2008”, op. cit., p. 3.
  26. Bodenhamer e Hall, op. Cit., p. 16.
  27. Ibid., p. 137.
  28. Ibid., p. 138.
  29. Ibid.
  30. Ibid., p. 139.
  31. Martin e Deidre Bobgan. Hypnosis: Medical, scientific, or occultic? Santa Barbara, CA: EastGate Publishers, 2001, também disponível gratuitamente como e-book em www.psychoheresy-aware.org.